Se você sente dor intensa, inchaço e calor em uma articulação, pode estar diante de algo sério. A artrite séptica aguda é uma infecção dentro da articulação que exige diagnóstico e tratamento rápidos para evitar dano permanente.
Neste artigo, feito em conjunto com profissionais de ortopedia e traumatologia em Goiânia, é explicado como reconhecer os sinais, quais exames ajudam no diagnóstico e quais os passos do manejo imediato e a longo prazo.
Por que a rapidez importa
Uma articulação infectada sofre inflamação rápida. O pus e as bactérias destroem a cartilagem em horas ou dias. Quanto mais cedo houver drenagem e antibiótico apropriado, melhores são as chances de preservar a função articular.
Quem corre mais risco
- Idade avançada: maior prevalência em idosos.
- Doenças crônicas: diabetes, doenças renais, imunossupressão.
- Procedimentos invasivos: artrocentese prévia, cirurgia ou infiltração recentes.
- Uso de drogas endovenosas: aumenta risco de bacteremia e entrada de germes nas articulações.
Sinais de alerta que não podem esperar
Nem toda dor articular é artrite séptica aguda. Ainda assim, alguns sinais exigem avaliação imediata.
- Dor intensa e localizada: piora com movimento e limita função.
- Inchaço e calor: a articulação fica visivelmente tumefata e quente ao toque.
- Febre e mal-estar: sintomas sistêmicos podem acompanhar a infecção.
- Limitação de movimento: paciente não consegue mover a articulação por dor.
Diagnóstico: o que o médico vai investigar
O diagnóstico combina história clínica, exame físico e exames complementares. A suspeita permanece alta quando há sinal local mais febre ou fatores de risco.
Exame físico
O médico avalia calor, sensibilidade, amplitude de movimento e sinais de celulite ao redor da articulação. Procura também por focos de infecção em outro lugar, como pele ou trato urinário.
Exames laboratoriais
Hemograma pode mostrar leucocitose. PCR e VSG costumam estar elevadas, indicando inflamação. Esses testes apoiam a suspeita, mas não confirmam isoladamente.
Artrocentese: o exame chave
A punção da articulação para colher o líquido sinovial é decisiva. O líquido é analisado para contagem de células, Gram, cultura e, quando indicado, PCR molecular.
Valores orientadores: líquido com mais de 50.000 leucócitos/mm3 e alta porcentagem de neutrófilos aponta fortemente para infecção, embora números menores não excluam o diagnóstico.
Imagem
Raio X pode excluir fratura ou artrite crônica. Ultrassom é útil para detectar derrame e guiar punção. Ressonância magnética ajuda quando há preocupação com osteomielite ou infecção profunda.
Manejo inicial passo a passo
- Suspender movimentos dolorosos: imobilizar de forma confortável até drenagem.
- Artrocentese diagnóstica e terapêutica: aspiração do líquido para análise e alívio da pressão.
- Iniciar antibioticoterapia empírica: baseada nos germes mais prováveis e no perfil local de resistência.
- Drenagem contínua se necessário: artroscopia ou cirurgia aberta quando a aspiração não controla a infecção.
- Ajustar antibiótico conforme cultura: terapêutica direcionada assim que houver resultado.
Antibiótico: quando começar e por quanto tempo
O ideal é iniciar antibiótico após coleta de material para cultura, sem atrasar o tratamento. A escolha inicial cobre Staphylococcus aureus e Streptococcus spp.
Em jovens sexualmente ativos, considere Neisseria gonorrhoeae. A duração varia de acordo com o agente e a resposta, normalmente entre duas a seis semanas, incluindo terapia intravenosa inicial quando necessário.
Drenagem: tipos e indicações
A aspiração por agulha pode ser suficiente em articulações maiores e em casos iniciais. Quando há repetição de derrame, detritos ou resposta insuficiente, a artroscopia permite lavagem completa. Em casos com lesão óssea ou tecido extenso, pode ser necessária cirurgia aberta.
Reabilitação e seguimento
Após controle da infecção, a fisioterapia é crucial. Mobilização precoce ajuda a recuperar amplitude e força. O seguimento inclui avaliação clínica, repetição de exames inflamatórios e controle por imagem conforme necessário.
Diferenciais que seu médico vai considerar
- Artrite inflamatória: como artrite reumatoide, que pode confundir o quadro.
- Gota ou pseudogota: cristais no líquido sinovial podem mimetizar infecção.
- Bursite séptica ou celulite: inflamação de estruturas ao redor da articulação.
Quando procurar atendimento de urgência
Procure o serviço de emergência se surgir dor articular intensa, inchaço progressivo, febre alta ou incapacidade de usar o membro. O tempo é crucial para preservar a articulação.
Conclusão
De acordo com observações dos ortopedistas do Centro Ortopédico Especializado COE em Goiânia, artrite séptica aguda é uma emergência ortopédica. Reconhecer os sinais de alerta, realizar artrocentese e iniciar tratamento rápido salvam articulações.
Uso correto de antibióticos, drenagem adequada e reabilitação aumentam as chances de recuperação completa. Se desconfiar de artrite séptica aguda, procure atendimento imediato e aplique as orientações apresentadas aqui.